domingo, 17 de julho de 2016

The Sherlock Holmes Tarot: unboxing e comentário


Antes de mais nada creio ser necessário lembrar que este é um deck de Tarot temático e isso não é nenhuma novidade pois muitos outros, semelhantes, existem no mercado: Tarot de Shakespeare, Tarot do Senhor dos Anéis, Tarot de Jane Austen, Tarot de Alice no País das Maravilhas, Tarot do Hobbit. Não se espera, neles, encontrar imagens, situações e personagens muito parecidas com aquelas criadas por Pamela C. Smith para o Tarot do Waite e que são constante fonte de inspiração para muitos artistas. Neste, o trabalho autoral desde a sua concepção prevalece, e a fantasia impera a começar do título: "The Sherlock Holmes Tarot: wisdom from the first consulting detective".
As personagens criadas por Sir Arthur Conan Doyle para as histórias que exaltam a inteligência privilegiada, o humor tipicamente inglês, o conhecimento científico e a intuição afinadíssima do detetive Sherlock Holmes, são as que ilustram este deck de cartas pressupondo que o cartomante conheça-os bem, a partir das histórias e tramas criadas pelo autor.
Se eu recomendaria este deck a quem está se iniciando no aprendizado desse antigo oráculo? Ou como primeiro ou segundo deck do seu acervo pessoal? Definitivamente, não. Ele não obedece nem mesmo os símbolos ou elementos tradicionais que ilustram os naipes dos Arcanos Menores, substituindo-os por elementos gráficos que nos remetem à investigação, à busca, ao trabalho detetivesco: olhos, lupas, pegadas, pontos de interrogação.
E isso é o de menos! Faz-se absolutamente necessário ter lido (as séries televisivas não são verdadeiras adaptações dos livros e os filmes não englobam todo o universo criado pelo autor) vários dos livros e contos que narram as aventuras desse famoso e totalmente excêntrico detetive inglês e do seu fiel companheiro, Dr. Watson.
Isso talvez seja o maior obstáculo na fluidez da leitura taromântica que se espera de qualquer deck. Entretanto as cartas se fazem acompanhar de um generoso e muito bem escrito manual que ajuda a suprir as lacunas do esquecimento e do não conhecimento (apesar disso, insisto, é bom aproveitar para ler ou reler os livros em que essa figura literária é protagonista) dos cenários, eventos e personagens das aventuras em busca de desvendar os mais complicados crimes.
Quanto à qualidade do material, não deixa a desejar em nenhum quesito, desde a caixa, passando pelo manual até as cartas, propriamente ditas.
É um deck muito bem produzido que, numa coleção, ocupa um lugar voltado à das "curiosidades", mas, sem dúvida alguma é um desafio muito agradável e estimulante ao tarólogo acostumado à simbologia e imagética tradicional.

Autores: John Matthews e Wil Kinghan
Vendedor: www.thenile.com.au

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